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Ser médico: desafios e estratégias

Médicos abordam desafios e estratégias da carreira em palestra na Ulbra. Encontro reuniu especialistas para discutir mercado, saúde mental e propósito na Medicina


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O Centro Acadêmico de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o Camu, promoveu a palestra "Carreira Médica no Brasil – Desafios e Estratégias para uma jornada que vale a pena". A atividade, em 11 de agosto,  marcou as celebrações do Dia do Estudante e o retorno às aulas do curso de Medicina, reunindo profissionais de destaque para trocar experiências e orientar futuros médicos.


Participaram do encontro o urologista Tiago Rosito, chefe do serviço de Urologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e presidente da Sociedade Ibero-Americana de Urologia Pediátrica; o otorrinolaringologista e diretor de relacionamento estratégico da Unicard, Bruno Netto; e o professor da Ulbra, especialista em urologia pediátrica e reconstrutiva e transplante renal, Renan Timóteo de Oliveira, que também atuou como mediador. Cada convidado teve um momento individual de fala e, ao final, houve um bate-papo conjunto, respondendo perguntas e trocando percepções sobre a realidade da profissão.


Motivação para a Medicina 

O professor Renan Timóteo de Oliveira provocou reflexões sobre a motivação que leva alguém a escolher a Medicina e alertou para a crescente percepção da saúde como produto, em que o paciente se torna consumidor e o médico, vendedor.


Destacou ainda o colapso do sistema de saúde, tanto no setor público — pela falta de recursos —, quanto no privado, onde a insatisfação dos pacientes é crescente. "Vivemos também a corrosão da remuneração médica, com modelos que impõem altos volumes de trabalho em troca de cada vez menos retorno", afirmou.


Realidade do mercado 

O Dr. Bruno Netto apresentou dados sobre a realidade do mercado e a saúde mental dos profissionais. Segundo ele, cerca de 35 mil médicos obtêm o registro profissional anualmente, enquanto apenas cerca de 500 deixam a profissão por aposentadoria ou óbito. "Antes, bastava abrir o consultório e esperar os pacientes chegarem. Hoje, com tanta concorrência, não é mais assim", destacou. Ele também alertou para os índices preocupantes de adoecimento mental.


"A saúde psiquiátrica dos médicos é muito pior que a da população em geral, especialmente das mulheres, que enfrentam a dupla jornada de trabalho e cuidam da família", salientou o médico Bruno Netto.

Citando dados publicados no Psychiatry Online Brazil, lembrou que a taxa de suicídio entre médicos é 41% maior para homens e 227% maior para mulheres. "Meninas, preparem o coração e a mente de vocês", aconselhou.


Ser autoridade na profissão 

Encerrando as apresentações individuais, o Dr. Tiago Rosito falou sobre como construir autoridade técnica e acadêmica e utilizar esse reconhecimento para alcançar resultados profissionais e financeiros sem perder de vista o propósito.


"Quanto antes você definir onde quer chegar, melhor. O caminho para o sucesso é estudar e estudar, trabalhar e trabalhar", afirmou. Ressaltou ainda que a Medicina é uma profissão extremamente estressante, independentemente do retorno financeiro, e que as escolhas feitas no presente moldam o futuro. "Se escolher o caminho mais difícil, o futuro será mais fácil. Se escolher o mais fácil, o futuro será mais difícil", destacou.


O evento encerrou-se com um diálogo entre os três convidados, reforçando a importância de preparo técnico, saúde mental e propósito para enfrentar os desafios da carreira médica no Brasil.


(Texto e Foto: Bruna Santos/Comunicação e Marketing da Ulbra)




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