Elas tiveram seus projetos premiados ou como finalistas na 19ª Febrace, demonstrando todo o potencial feminino no segmento
Estudantes de escolas gaúchas foram finalistas na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), a maior feira brasileira pré-universitária no segmento em abrangência e visibilidade. E as meninas, em especial, estiveram presentes e em maioria nos projetos em destaque. Com incentivo de professoras, elas provam que num futuro próximo veremos muito mais mulheres em áreas da Ciência e Engenharia!
As alunas da Escola Sesi de Ensino Médio de Sapucaia do Sul Mariana Corrente Feijó e Josyane Cardozo dos Santos tiveram o seu projeto "A inovação no mercado de óculos a partir da elaboração de armações com fibras vegetais e materiais reciclados" destacado na 19ª Febrace, que aconteceu de forma online no fim de março. Elas receberam os prêmios Anna Frida Hoffmann (do Grupo de Estudos de Gênero da Poli-USP), da Associação dos Engenheiros Politécnicos e da Revista InCiência.
A ideia, iniciada no ano anterior, e já finalista da Febrace, foi desenvolvida e aprimorada no ano passado, em casa, durante a pandemia, com a ajuda das orientadoras Eduarda Fehlberg e Rayza Echeverria, professoras da escola.
A IDEIA
"Eu e minha colega Mariana queríamos dar continuidade ao projeto que já estava em andamento, gostaríamos de criar algo que tivesse um propósito, como preservar o meio ambiente. Observamos que muitos colegas e professores em nossa volta utilizavam óculos e após pesquisas descobrimos que poderíamos produzi-los de forma mais sustentável e barata", explica Josyane. "Resolvemos usar a fibra da bananeira, que era do projeto inicial, junto com um termoplástico. Resolvemos usar o polietileno, muito acessível em nossas casas, reciclá-lo, e fazer as armações de óculos", conta Mariana.
OS PLANOS Mariana e Josyane terminaram o terceiro ano do Ensino Médio em dezembro de 2020 e já projetam o futuro. Josyane está cursando Design de Moda na Uniritter e diz que sua intenção é trabalhar com design de produtos. Mariana está fazendo dois cursos no Instituto de Tecnologia Senai em Petróleo, Gás e Energia, em Esteio: Logística e Técnico em Petroquímica. "Sempre tive o sonho de trabalhar na indústria", comenta.
AS FINALISTAS
Nesta edição da Febrace, o Sesi-RS contou com quatro projetos finalistas. Além do premiado, participaram Copo antiassédio: objeto detector de alterações do nível de PH em diferentes líquidos utilizando microcontroladores (das estudantes Laura Silva da Fonseca e Laura Silva Larrossa), Pastilhas bioprotetoras: uma alternativa proveniente de extratos naturais para o controle do Aedes Aegypti (de Brenda da Fonseca Palmeira, Kauane da Costa Rosa Leão e Mateus Thom) e ARS: um asfalto pode ser mais resistente e sustentável?, das alunas Angélica Blum da Silva, Gabriela Simão Cardoso e Kamilly Monteiro da Silva.
OS INCENTIVADORES A professora Eduarda explica que trabalhar com a metodologia por projetos possibilita ao aluno o desenvolvimento de novas competências e habilidades. "O aluno passa a entender o seu cotidiano e os fenômenos que o cerca e a partir disso fazer uma leitura crítica do seu papel e de como pode contribuir. A ideia de projeto aproxima aluno-sociedade e busca formas de qualificar essa relação", explica a professora. Ela lembra que as feiras de iniciação científica são momentos de troca de experiências, o que possibilita a aproximação de diferentes realidades e provoca uma aprendizagem significativa entre os envolvidos, não somente alunos, mas professores também.
A participação e o reconhecimento de projetos em mostras científicas são uma realidade para os alunos das Escolas Sesi. Desde 2014, com início da primeira unidade, foram mais de 70 premiações em eventos científicos de abrangência nacional e internacional. "Mesmo com um ano letivo diferente, devido à pandemia, os alunos seguiram criando e buscando soluções", destaca a gerente de Educação do Sesi-RS, Sônia Bier, lembrando a proposta educacional das Escolas Sesi de Ensino Médio desenvolve competências à solução de problemas e ao mundo do trabalho.
Promovida anualmente pela Escola Politécnica da USP e realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico- LSI-TEC, a Febrace estimula a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica, despertando novas vocações nessas áreas e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas. Esta edição tem patrocínio da Samsung, Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Petrobras, e apoio institucional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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